O Uso de Inteligência Artificial na Anestesia: A Centralidade do Fator Humano

A inovação com a Inteligência Artificial, em primeiro lugar, tem avançado rapidamente em diversas áreas da medicina, incluindo a anestesiologia.
Recentemente, a revista Anesthesiology publicou uma capa disruptiva, declarando que a robotização em anestesiologia é uma realidade iminente.
Esta declaração gerou discussões acaloradas entre os profissionais da área, com opiniões divididas sobre as vantagens e desvantagens dessa nova realidade.
Neste artigo, abordaremos alguns conceitos importantes, desmistificaremos mitos e resumiremos as tecnologias envolvidas, promovendo uma discussão educativa e técnica sobre o tema.

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A Inteligência Artificial (IA) envolve o estudo de algoritmos que permitem às máquinas raciocinar

A definição da Wikipedia complementa, afirmando que inteligência é a capacidade de processar informação e, quando essa capacidade é atribuída a máquinas, temos a inteligência artificial.

Sendo assim, a principal mudança trazida pela tecnologia é o aumento da capacidade de armazenamento e processamento das máquinas.

Dessa forma, aplicar essa capacidade à anestesiologia visa promover um cuidado mais seguro, eficiente e custo-efetivo. Segundo o artigo da Anesthesiology, as áreas onde a IA terá impacto incluem:

  1. Monitoramento da profundidade anestésica
  2. Controle do procedimento anestésico
  3. Predição de eventos adversos e riscos
  4. Guia para bloqueios por ultrassom
  5. Manejo da dor
  6. Logística da sala de cirurgia

Esses objetivos serão alcançados com o uso de tecnologias que visam melhorar o fluxo de trabalho do anestesiologista, não substituí-lo. Por exemplo, uma das técnicas mais promissoras é o Machine Learning (Aprendizado de Máquina), onde programas de computador aprendem e reagem aos inputs dos usuários sem uma programação específica para isso. Um exemplo prático é a predição de hipotensão durante a indução anestésica.

Leia também: Educação continuada em anestesia

Esses avanços permitem que o anestesiologista tome medidas preventivas com antecedência

Antes de mais nada, é preciso saber que prontuários eletrônicos e sistemas de gestão de informação em anestesia (AIMs) como o AxReg da Anestech são interfaces que permitirão que sistemas digitais ajudem os anestesiologistas a registrar, analisar e interpretar um volume crescente de dados durante a prática clínica.

Isso não só facilita o trabalho dos profissionais, mas também aumenta a precisão e a segurança dos procedimentos.

No entanto, a IA também apresenta limitações e desafios. A transparência das informações e a interoperabilidade dos dados ainda são questões críticas.

A falta de uma prática comum de compartilhamento de informações entre os grandes players de prontuário eletrônico dificulta a plena utilização das capacidades da IA. Além disso, há preocupações sobre a precisão dos algoritmos e a necessidade de supervisão humana contínua.

O futuro da anestesiologia com Inteligência Artificial promete ser mais inteligente e mais humano

Com as máquinas assumindo tarefas que podem realizar com maior precisão e eficiência, os anestesiologistas podem focar em habilidades exclusivamente humanas, como empatia, segurança e resolução de conflitos. A interação humano-máquina pode criar um ambiente de trabalho onde os pacientes recebem cuidados mais personalizados e atenciosos.

O monitoramento da profundidade anestésica, por exemplo, pode ser aprimorado com IA, fornecendo dados em tempo real sobre a resposta do paciente aos anestésicos. Isso permite ajustes imediatos, garantindo que o paciente permaneça em um estado ideal de anestesia, evitando tanto a subdosagem quanto a superdosagem.

O controle do procedimento anestésico também se beneficia da IA. Sistemas automatizados podem regular a administração de anestésicos com base em dados contínuos do paciente, mantendo níveis ideais de sedação e analgesia. A predição de eventos adversos é outra área crítica. Algoritmos de IA podem analisar históricos médicos e dados intraoperatórios para identificar pacientes em risco de complicações, permitindo intervenções preventivas.

A orientação para bloqueios por ultrassom é uma aplicação prática e imediata da IA. Sistemas assistidos por IA podem melhorar a precisão dos bloqueios, reduzindo o tempo do procedimento e aumentando a taxa de sucesso.

O manejo da dor pós-operatória é outra área onde a IA pode fazer uma diferença significativa, ajustando automaticamente a administração de analgésicos com base na resposta do paciente, evitando tanto a dor inadequadamente controlada quanto os efeitos colaterais dos medicamentos.

A logística da sala de cirurgia também pode ser otimizada com IA

Algoritmos podem prever tempos de operação, necessidades de recursos e possíveis atrasos, melhorando a eficiência e reduzindo o tempo de espera para os pacientes.
Em resumo, a IA na anestesiologia não pretende substituir os anestesiologistas, mas sim fornecer ferramentas avançadas que aumentam a eficiência e a segurança dos procedimentos.
A combinação de inteligência artificial e habilidade humana pode criar um ambiente de cuidados mais eficaz e empático, onde a tecnologia serve como um complemento valioso à expertise clínica dos profissionais.
À medida que continuamos a explorar e integrar essas tecnologias, é crucial manter um foco no fator humano. A empatia, o julgamento clínico e a capacidade de lidar com situações inesperadas são insubstituíveis e serão sempre centrais na prática da anestesiologia. Com uma abordagem equilibrada, a inteligência artificial pode ser uma aliada poderosa, levando a especialidade a novos patamares de excelência.

Referências:

https://anestech.com.br/inteligencia-artificial-em-que-areas-da-anestesiologia/
https://iaexpert.academy/2022/02/14/ia-automatizacao-aplicacao-anestesia/?doing_wp_cron=1718368781.8602359294891357421875
https://www.linkedin.com/pulse/evolu%C3%A7%C3%A3o-da-intelig%C3%AAncia-artificial-na-anestesia-como-…
https://healthitanalytics.com/features/exploring-the-role-of-artificial-intelligence-in-anesthesiolo…,

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