Escrito por: Marina Piza
O cenário de constantes mudanças no mundo do trabalho e em diversos setores da economia tem se tornado fator de grande atenção para as organizações. Há algumas décadas é possível observar o movimento feito por diversas empresas para atender as demandas de treinamento e desenvolvimento de pessoas. No início, essas demandas foram sanadas através de escolas com cursos técnicos e profissionalizantes, porém, em meados dos anos 80, as empresas passam a ter um olhar ainda mais pontual para esses treinamentos, adaptando-os às necessidades técnicas, gerenciais e organizacionais.
Com o crescente desenvolvimento tecnológico e a primordialidade deste investimento no desenvolvimento humano, muitas empresas tem criado suas escolas e universidades corporativas como forma de garantir e adaptar a educação as suas próprias necessidades.
Diante desse panorama histórico, usa-se o termo “Educação Corporativa” desde a década de 1950, quando a General Eletric lançou a Crotonville, a lendária Universidade Corporativa da GE, um centro de treinamento instalado em Nova York para treinar os seus funcionários. No Brasil, o conceito de Educação Corporativa surge na década de 90, compreendido como uma iniciativa organizacional com o intuito de conectar as estratégias do negócio e traduzi-las em modelos de aprendizagem e educação para a organização. Essa metodologia deve formalizar modelos de treinamento contínuo, seguindo diferentes pilares de educação, para que atenda o momento do profissional, alinhado ao plano de desenvolvimento da organização. A professora Marisa Eboli em seu livro “Educação corporativa: fundamentos, evolução e implantação” consolidou os sete princípios da Educação Corporativa:
- Competitividade: O diferencial das empresas está nas pessoas que a fazem;
- Perpetuidade: A educação corporativa como processo de transmissão cultural;
- Conectividade: O conhecimento é conduzido e compartilhado através das redes de relacionamento dentro e fora da empresa;
- Disponibilidade: A aprendizagem se dá em qualquer lugar, a qualquer hora
- Cidadania: Estímulo da cidadania individual e organizacional;
- Parceria: A organização reconhece que sozinha não pode crescer, precisa do apoio dos fornecedores e parceiros;
- Sustentabilidade: A universidade corporativa precisa também gerar resultados, sendo competitiva e sustentável.
Correlato a esse contexto, as metodologias de ensino vêm passando por grandes mudanças através do impulso tecnológico que, nas últimas décadas, tem impactado diretamente todo o cenário educacional.
Para atender essa nova demanda a tecnologia educacional surge como uma das formas de reinventar a educação. Uma das metodologias utilizadas atualmente é o E-learning, que pode ser definido como o método de ensino através das plataformas digitais. Outra metodologia que vem crescendo é a utilização do ensino hibrido, que consegue atender diversos perfis profissionais pois utiliza espaços de aprendizagem presenciais e virtuais. Alguns especialistas acreditam que o ensino hibrido é o futuro da educação, já que essas novas modalidades surgem como forma de atender novas necessidades, e torna o aprendizado mais flexível, além de facilitar e se adaptar as rotinas de trabalho.
Em diversas áreas profissionais a tecnologia, alinhada ao trabalho da Educação Corporativa, mostra-se, cada vez mais, uma eficiente ferramenta para personalizar essas linhas de aprendizado já que é possível manter a atenção as demandas especificas da empresa e alinhá-las ao profissional.
Este movimento da relação entre trabalho e educação vai se consolidando por meio dessas transformações, já que a Educação Corporativa cresce como forma de tornar a educação uma das bases de desenvolvimento dos negócios. Esse processo dentro das empresas contribui para melhorar a percepção de que o desenvolvimento continuo é um importante fator de engajamento, ascensão da qualidade dos processos e um caminho pessoal de crescimento e desenvolvimento.
Referências Bibliográficas
EBOLI, Marisa. Educação corporativa no Brasil. Mitos e verdades. São Paulo: Gente, 2004.
MEISTER, J. C. Educação Corporativa: a gestão do capital intelectual através das universidades corporativas. São Paulo: Makron Books, 1999.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.